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Enfrentamento a Covid-19 na Beneficência Portuguesa de Amparo

terça, 20 de outubro de 2020

A médica pneumologista Maria Carolina Maciel de Azevedo Gouveia fala sobre o combate à Covid – 19 na BPA e também sobre a importância das medidas de proteção e distanciamento social como estratégias de prevenção

 

Muitas pessoas estão voltando à vida normal como se a pandemia de Covid -19 já tivesse acabado. Embora no Brasil os números de contaminações e óbitos estejam diminuindo em relação aos meses anteriores, as imagens de aglomerações em bares, festas e praias demonstram que esse comportamento de risco muito tem contribuído para a disseminação do vírus.

Para falar sobre este assunto, o Blog da BPA conversou a Dra Maria Carolina Maciel de Azevedo Gouveia, pneumologista da Clinica Médica da Beneficência Portuguesa de Amparo (BPA).

Dra. Maria Carolina é Pneumologista, com Título de Especialista pela Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia e Associação Médica Brasileira, e também Doutora em Pneumologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

Na entrevista ao Blog da BPA, ela apresenta um panorama sobre a Covid-19 no hospital, fala sobre os sintomas e dificuldades que os pacientes estão enfrentando por conta da infecção e também sobre a importância das medidas de proteção e distanciamento social.

 

Blog da BPA: Na cidade de Amparo/SP, no último boletim de monitoramento da Covid-19 divulgado antes desta entrevista nos canais oficiais (09/10 – 19:11), o município tinha registrado 1.066 casos confirmados, sendo 1.000 recuperados, 38 em tratamento e 66 casos suspeitos aguardando exames. Até o momento quantos pacientes confirmados para Covid – 19 foram hospitalizados na BPA?

Dra Maria Carolina: Segundo dados da Comissão de Controle de Infecção do hospital, até a data de 9 de outubro, entre os casos internados com suspeita de Covid-19, 104 foram confirmados.

 

Blog da BPA: Foram registrados óbitos por Covid na BPA?

Dra Maria Carolina: Sim, infelizmente, tivemos 10 óbitos até a data de 9 de outubro.

 

Blog da BPA: A implantação da UTI e o aumento do número de leitos de enfermaria na BPA foram ações importantes para reforçar a capacidade de atendimento de Covid-19 no município e na região. Você poderia falar sobre o impacto dessa estratégia para o enfrentamento da pandemia?

Dra Maria Carolina: A BPA dispõe no total de 13 leitos para atendimento dos casos de Covid-19, com as medidas de isolamento e restrição recomendadas dentro do hospital, além de treinamento permanente das equipes que assistem aos casos. Certamente, por Amparo ser a referência da região, foi extremamente importante esse aumento na disponibilidade de leitos, para atender um número maior de doentes.

 

Blog da BPA: Quanto aos sintomas, quais são as principais dificuldades que os pacientes têm enfrentado durante e após a contaminação por Covid -19?

Dra Maria Carolina: Em todos os casos, especialmente nos que necessitam de hospitalização, existe um grande sofrimento psicológico causado pelo isolamento dos familiares, sem poder receber visita dos mesmos durante um período que, muitas vezes, ultrapassa uma semana (dependendo do início dos sintomas).

Os sintomas são variados, semelhantes às outras viroses respiratórias. Sabe-se que 80% dos casos tem doença leve, sem sintomas intensos. Os demais, que apresentam um quadro moderado ou severo, têm como sintoma mais impactante a falta de ar, a dificuldade respiratória, necessitando uso de oxigênio ou mesmo intubação para ventilação do pulmão por máquina.

Após a infecção e a alta, a fadiga é uma queixa muito frequente e pode ser crônica e prolongada, de lenta melhora, muitas vezes com necessidade de reabilitação por fisioterapia. Isso afeta a qualidade de vida do indivíduo, por sentir-se incapacitado a realizar as tarefas que eram habituais. É necessário ter paciência e acompanhamento médico.

 

Blog da BPA: Nas últimas semanas, com a diminuição dos números de casos no Estado de São Paulo e a reabertura gradual dos estabelecimentos comerciais é possível verificar que muitas pessoas estão se descuidando das medidas de proteção e distanciamento. A divulgação de imagens de bares e confraternizações lotadas, aglomerações e pessoas sem máscara têm sido frequentes. A seu ver, esse comportamento pode resultar numa explosão de casos na nossa região?

Dra Maria Carolina: Isso já foi observado, por exemplo, após o feriado de 7 de setembro, onde se tornaram chocantes as imagens de praias lotadas no litoral paulista, pessoas sem distanciamento físico e sem uso de máscaras. Nas semanas subsequentes, houve um expressivo aumento de casos no Estado, mantendo vários municípios na fase amarela.

A negligência de grande parte da população quanto às recomendações de proteção, associada à flexibilização de bares e outros ambientes de convívio social, foram responsáveis pelo aumento de casos e pela dificuldade de declínio na nossa curva de casos. Atingimos no último dia 10 a trágica estatística de 150.000 mortes no nosso País.

 

Blog da BPA: Como profissional que está lidando diretamente com os efeitos da pandemia, quais cuidados que a senhora recomenda para as pessoas que ainda não foram infectadas pela Covid-19?

Dra Maria Carolina: Os cuidados são os mesmos recomendados desde o início da Pandemia, pois até o momento, foram as únicas medidas comprovadamente eficazes na prevenção da infecção. Pessoalmente, isolamento do convívio social, distanciamento físico (1,5m entre as pessoas), uso regular de máscaras, higiene das mãos e uso frequente de álcool em gel 70% e evitar colocar a mão no rosto. Evitar sair de casa por motivos não essenciais, não compartilhar objetos, manter-se isolado e procurar atendimento médico se apresentar sintomas. Ainda, manter os ambientes abertos e ventilados, manter uma alimentação saudável, ingerir bastante líquido (devido ao ar com baixa umidade) e dormir bem.

Mesmo quem já teve infecção, deve manter os cuidados, pois, além de não sabermos ainda se e por quanto tempo a pessoa fica imune, ela pode servir de vetor de contágio do vírus, carregando-o nas mãos, nas roupas, etc.

 

Por: Labs Comunicação

Imagem: Arquivo pessoal - Dra. Maria Carolina Gouveia

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Outubro Rosa na prevenção do câncer de mama

quarta, 14 de outubro de 2020

O movimento Outubro Rosa surgiu com o objetivo de conscientizar as mulheres sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama, tendo em vista que a descoberta da doença no seu início reduz de maneira significativa as chances de morte.

A campanha teve início em 1990 em uma corrida realizada em Nova Iorque para arrecadar fundos para a instituição Susan G. Komen Breast Cancer Foundation e foi crescendo até que outubro foi instituído o mês de conscientização nacional nos Estados Unidos e posteriormente o movimento foi se espalhando pelo mundo.

Desde então, diversas entidades, entre elas a Beneficência Portuguesa de Amparo (BPA), passaram a apoiar e dar visibilidade a causa, realizando ações para alertar e disseminar informações sobre as formas de prevenir este que é o tipo de câncer mais comum entre as mulheres, depois do câncer de pele não melanoma.

De acordo com o INCA (Instituto Nacional do Câncer), o câncer de mama apresenta sintomas como caroço (nódulo) fixo, endurecido e, geralmente, indolor na mama; pele da mama avermelhada, retraída ou parecida com casca de laranja; alterações no mamilo, pequenos nódulos na região embaixo dos braços (axilas) ou no pescoço e saída de líquido dos mamilos. Por isso, ao notar algum destes sintomas, a mulher deve procurar imediatamente um médico para avaliação.

Mas, antes do aparecimento dos sintomas, é possível detectar o câncer de mama realizando exames clínicos anualmente no médico ginecologista. Mulheres a partir dos 40 anos e também aquelas com casos na família devem realizar o exame de mamografia todos os anos.

Por fim, o autoexame feito com frequência é também uma maneira de conhecer o próprio corpo e identificar sinais que devem ser investigados.

Como fazer o autoexame:

  • Apoie o braço esquerdo sobre a cabeça;
  • Com a mão direita esticada, examine a mama esquerda, tocando-a com a polpa dos dedos de um lado para o outro e depois em movimentos circulares de cima para baixo;
  • Repita o mesmo procedimento na outra mama.

 

É muito importante que todas as mulheres saibam que essas atitudes preventivas salvam vidas, pois quanto antes o câncer for descoberto, mais cedo ele será tratado e maiores as chances de recuperação. Por isso, espalhe essas informações para todas as mulheres que você conhece.

 

Por: Labs Comunicação

Imagem: Arquivo BPA

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